“Erguendo-se acima da consciência do corpo, eleve seu espírito desde o domínio da matéria até a vastidão do silêncio no templo de sua própria alma, e comungue com o Cristo ressuscitado. ”
– Paramahansa Yogananda
A época sagrada da Páscoa traz a lembrança – revigorante para a alma – de nossos próprios potenciais divinos, que foram tão sublimemente exemplificados por Jesus Cristo em seu sacrifício de supremo amor, na cruz, e em sua gloriosa ressurreição. Ao sintonizar-nos com a consciência de Jesus, unida a Deus, a Graça Divina nos toca o coração e a mente para nos despertar, ajudando nosso espírito a erguer-se das cruzes da vida, do sepulcro do estreito egoísmo e da ilusão de estarmos separados de Deus. O exemplo da ilimitada compaixão de Cristo continua a prover incontáveis almas com a certeza de que Deus é um Pai infinitamente amoroso, a quem podemos nos dirigir sem medo, e de que Ele está sempre estendendo Sua mão para elevar-nos acima das crucificações de maya e das falhas autolimitantes de nossa natureza humana, a fim de que possamos ressuscitar nossa inata divindade por meio de Sua graça divina.
Gurudeva Paramahansa Yogananda nos disse: “Jesus demonstrou em todos os seus atos de auxílio aos doentes e abandonados, e na consumação do sacrifício de seu corpo para aliviar os pecados de muitos, o incomparável amor de Deus que é uma infinita magnitude de compaixão e clemência”. O Pai Celestial oferece esse ilimitado amor e clemência a cada alma, porque Ele pode ver – por trás dos véus de maya que obscurecem nossa própria visão – a imagem divina que está dentro de cada um de nós, esperando para ser revelada. Ao nos dirigirmos a Ele com o amor e a confiança de uma criança, tornamo-nos receptivos à Sua graça e permitimos que Sua luz e Seu poder impregnem nosso ser e dissolvam os padrões equivocados de pensamento e de ação que nos têm mantido prisioneiros. “O amor por Deus – a entrega a Deus – destrói no homem o karma da ignorância”, assegurou-nos Gurudeva. “O amor puro – o amor divino – remove as barreiras que se interpõem entre o homem e seu Criador.” Ao oferecer a Ele o nosso amor e ao sintonizar nossa vida com Sua vontade, assim como Jesus o fez, encontramos a chave para a ressurreição de nossa própria alma e para que também a humanidade ressuscite dos infindáveis ciclos de erro e punição que têm atormentado sua história.
Quando abrimos o coração ao bálsamo curativo da clemência e da compaixão de Deus, retiramos da consciência o fardo dos erros passados, revitalizando nossos esforços por tornar-nos aquilo que Deus idealizou ao criar nosso ser: almas com liberdade de expressar sua natureza divina e imortal. A cada passo que damos no sentido de abandonar ressentimentos e oferecer compreensão e perdão aos demais, agimos como instrumentos de Seu amor e progredimos no caminho da vitória espiritual trilhado por Cristo e por todos os Grandes Mestres. É mediante a profunda comunhão interior com o Ser Divino que compreenderemos plenamente como Jesus foi amparado em sua grande provação e pôde sentir amor incondicional por todos – mesmo por seus inimigos mais implacáveis. Quando o amor de Deus preenche o coração no templo do silêncio, as limitações do “pequeno eu” imergem no Eu superior e a animosidade deixa de existir; permanece apenas o desejo de ajudar os outros e a alegria de servi-los. Esta é a consciência em que Cristo viveu, e para a qual Deus tenta despertar a todos nós!
Desejo a vocês e aos que lhes são caros uma Páscoa muito abençoada e feliz,
Sri Mrinalini Mata
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